quarta-feira, 8 de maio de 2013

Imagine Niall Horan - Capítulo 58

VOCÊ ON
 
Acordei novamente naquele hospital. Rick dormia na poltrona do pequeno quarto. Era a quarta vez que eu desmaiava desde que Niall tinha ido embora, isso tinha que acabar.
Rick parecia um bebê dormindo. Seu cabelo desarrrumado, o corpo sentado numa posição visivelmente desconfortável e os braços cruzados por causa do frio.
Por um momento, me perguntei se Rick tinha pesadelos, mas ele era bom demais para isso. A alma pura do Rick não merecia pesadelos.
Ele abriu os olhos lentamente, coçando-os enquanto se adaptava a claridade.
- Como você tá? - ele perguntou.
- Normal, nada diferente da última vez.
- Eu vou chamar um médico pra saber se a gente pode ir embora - ele falou enquanto ia até a porta.
- Rick - falei enquanto ele abria a mesma, fazendo com que ele olhasse para mim - Me desculpe, eu sei que já é a quarta vez e que você tem mais o que fazer...
- Eu vou sempre estar com você - ele me interrompeu e em seguida sumiu pela porta.
 
Depois de um tempo, Rick voltou com o médico e ele autorizou que eu fosse embora.
Entrei no banco de carona e Rick no de motorista.
- Vem cá, eu ponho o cinto em você - ele falou enquanto o fazia.
- Eu desmaiei Rick, não fiquei paraplégica - falei sem conseguir conter um sorriso.
- Eu sei - ele simplesmente disse enquanto dava partida.
Ficamos em silêncio por alguns segundos até eu voltar a falar:
- Rick, você sabe que não precisa...
- Como não? - ele me cortou e eu respirei fundo, o ignorando e continuando:
- ...Não precisa se preocupar tanto comigo.
Ele riu sem humor e eu observei uma lágrima escorrer de seu olho direito. Rick intensificou a força com que segurava o volante.
- Eu fiquei muito irritado quando você me contou que ele iria embora - sem olhar para mim, ele encostou o carro e apoiou a cabeça no volante - Tive medo de que exatamente isso acontecesse. Eu não queria que você sofresse, você é minha melhor amiga, (SeuApelido), não gosto de te ver desse jeito.
Sem que eu me desse conta, comecei a chorar, mas não era um choro desesperado como os que eu chorava todas as noites ao acordar de meus pesadelos. Era um choro triste, apenas triste, era calmo como brisa de praia, era silencioso e eu não tinha vontade de limpá-lo com as costas da minha mão, tudo o que eu queria era que as lágrimas caíssem mais e mais.
Rick se virou para mim e passou a mão sobre minha face.
- Nunca diga que eu não preciso me preocupar com você - ele sussurrou.
Eu o abracei, com toda minha força, como se eu temesse que ele também pudesse ir embora. Ele acariciou meus cabelos e eu sabia que ele esperava que eu dissesse alguma coisa.
- Rick - respirei fundo, escolhendo as palavras certas - Você também é meu melhor amigo.
Mesmo sem poder visualiza-lo em meio ao abraço, eu soube que ele sorria.
- Vamos logo, seu pai deve estar preocupado - Rick se soltou do meu abraço.
Ele voltou a dirigir e ficamos em silêncio até chegarmos à minha casa.
- Obrigada Rick, isso não vai se repitir.
- Você não controla isso - ele sorriu triste - esses desmaios acontecem porque você sente falta dele, e você sempre vai sentir falta dele, (SeuApelido) - ele passou a mão em meu rosto, como a poucos minutos atrás.
- Está dizendo que eu vou ficar sempre desmaiando?
- Estou dizendo que você sempre vai sentir falta dele. Pra parar de desmaiar você só vai precisar aprender a controlar isso, mas não é uma coisa que depende de você, depende do seu coração - Rick falou calmo e aquelas palavras me ajudaram muito mais do que todas as conversas e os remédios do Doutor Henri.
- Eu não quero amá-lo - segurei a mão dele.
- Não é algo que você possa decidir.
Rick beijou minha bochecha e eu sai do carro, caminhando até minha casa.